Aikido
O que é
“O Aikido não é uma técnica para lutar contra um inimigo ou derrotá-lo. É uma maneira de conciliar as diferenças que existem no mundo e fazer dos seres humanos uma família. Isto quer dizer que o segredo do Aikido é a busca da harmonia com o universo, é tornar-nos unos com o universo. Seus praticantes devem buscar esse entendimento por meio do treinamento diário. “
Grão-mestre Morihei Ueshiba – Fundador do Aikido
O Aikido é uma arte marcial tradicional japonesa que trabalha a harmonia física e mental. Além de inúmeros benefícios à saúde, é perfeitamente adequado à defesa pessoal.
O objetivo do Aikido nunca é a derrota de outro Ser Humano e sim o desenvolvimento do próprio equilíbrio, para irradiar a harmonia, e a paz. Confronto e disputas não existem.
Homens, mulheres e crianças, a partir de 8 anos, podem praticar o Aikido com segurança. Não é exigido dos praticantes grande força física, uma vez que se utilizam movimentos circulares, que fazem com que a força do agressor envolva sua própria origem.
Técnicas de relaxamento, resistência e flexibilidade fazem parte dos treinamentos.
Significado literal do termo Aikido
“o caminho para harmonizar a energia vital”, ou “o caminho da harmonia física e espiritual”.
Ai = Harmonia
Ki = Energia
Do = Caminho
Quer se aprofundar mais sobre o Aikido? Clique aqui e leia o artigo completo “O que é Aikido”
Como são as aulas
As aulas de Aikido podem ser feitas em grupo ou de forma individual, para melhor aproveitamento dos alunos da Butokuden.
A modalidade individual acontece com o experiente Sensei Rômulo Lagares, referência no ensino de Aikido em Minas Gerais, faixa Preta 4º Dan em Aikido, palestrante e professor de Defesa Pessoal Policial da Academia de Policia Militar de Minas Gerais, desde 1997, treinando inclusive unidades de elite. Credenciados pela Federação Mineira de Aikido, no Brasil e pelo Hombu Dojo, Aikikai, no Japão
As aulas em turmas são ministradas por professores experientes, credenciados pela Federação Mineira de Aikido, no Brasil e pelo Hombu Dojo, Aikikai, no Japão
Benefícios
- Desenvolve o autoconhecimento;
- Proporciona mudanças de atitudes, nos modos de pensar, sentir e agir;
- Melhora a concentração e a disciplina;
- Reduz o estresse;
- Ajuda na superação do medo, ante gestos agressivos humanos;
- Ensina técnicas seguras de defesa pessoal;
- Trabalha a coordenação motora, a consciência corporal e a percepção espacial;
- Resgata a auto estima, segurança e auto confiança.
Me interessei! Como praticar?
Pois bem, que bom que se interessa por tão nobre Arte Marcial, o Aikido!
Em nosso Dojo do bairro Prado, o aluno deve se matricular em 3 horários pré definidos, no entanto como cortesia, todos podem frequentar os demais horários regulares, sem ônus algum, desde que, fora de seus horários previstos, não excedam a lotação confortável. Ou seja, quando tiver disponibilidade, o aluno pode intensificar seus treinamentos sem aumentar seus gastos.
Veja o quadro de horários
A idade mínima para se iniciar a prática do Aikido, em nossa escola, é de 8 para 9 anos de idade.
Não é necessário que o iniciante pratique em turma específica, visto que o Aikido, enquanto Arte Marcial (e não um esporte de combate), respeita primordialmente a capacidade particular de cada indivíduo.
Recursos necessários para a prática do Aikido
Tendo feito a matrícula, você vai precisar de um DoGi (Kimono).
Para adquirir seu DoGi (kimono) recomendamos que o faça na Shiroi, excelente marca com o melhor preço do mercado. Ligue para eles no 31 3463-3535, diga que será nosso aluno e lhe farão ótimas condições.
Para efetivar a sua matrícula, agendar uma visita para assistir a uma aula, gratuitamente, ou se precisa tirar alguma dúvida, você pode ligar para o celular do Sensei Rômulo Lagares (31 9105-8288), ou entrar em contato pelo email contato@aikidomg.com.br.
História e Filosofia
O Aikido foi fundado no Japão no início do século passado pelo grande filósofo e mestre de várias artes marciais Morihei Ueshiba.
Não é somente uma arte marcial defensiva, mas também uma atitude filosófica diante da violência, e uma procura de autoconhecimento físico e mental.
Como arte marcial, destina-se a proporcionar defesas em situações reais, distinguindo-se, consequentemente, das modalidades esportivas de combate.
Como atitude filosófica, suas técnicas (quer em treinamentos, quer em situações reais) somente se iniciam após um movimento agressivo de outrem. É, consequentemente, uma luta contra a violência e jamais uma luta violenta.
Finalmente, como procura de autoconhecimento, busca o desenvolvimento do “Ki“, a força do espírito que integra a mente e o corpo.
Suas técnicas podem ser percebidas genericamente em três grandes grupos:
Tai Jitsu (arte corporal a mãos livres),
Ken Jitsu (arte da espada, segundo método próprio, denominado Aikiken),
Jo Jitsu (arte do bastão, segundo método próprio, denominado Aikijo).
Originaram-se as técnicas de Aikido do Aikijitsu (fundado no século IX da Era Cristã), e de várias formas de Jiu Jitsu (que surgiram no século XVI), embora o fundador tenha estudado todas as artes marciais de seu tempo.
Para compreendermos como nasceu o Aikido, é necessário sintetizar a história de seu país de origem, o Japão, em quatro períodos: Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna, e Idade Contemporânea.
Conforme se verá, esses períodos não correspondem a seus correlatos do ocidente.
O REGIME MONÁRQUICO NA ANTIGUIDADE JAPONESA
Por Antiguidade Japonesa podemos compreender um tempo de origens imemoriais, e que se estendeu até o ano 1186 de nossa era.
A principal característica desse tempo era a plenitude de poderes do Imperador, numa monarquia centralizada.
Era grande a influência da cultura chinesa nas letras, e nas artes. No século VI fora introduzido o budismo no Japão, e era grande a sua influência sobre o pensamento religioso e a conduta ascética do povo.
Entre os anos 710 e 794, a capital do Japão havia sido Nara, e de 794 a 1186, Heian Kyo (atual Quioto).
Teria sido ali que, no século IX, o jovem príncipe Teijun Sadazumi, 6º filho do imperador Seiwa, fundou uma poderosa arte militar, a partir das posturas básicas da espada (Ken) e da necessidade de tirá-la das mãos de um inimigo, ou impedir que esse se apoderasse dela, à qual chamou Aikijitsu, e cujos segredos somente foram revelados aos integrantes da própria família, ou àqueles diretamente ligados a ela, o clã Aizu.
No século X, tais segredos estavam sob controle de Shinra Saburo Yoshimitsu, que os treinava na Mansão Daito, ocasião em que a arte passou a ser chamada Daito Aikijitsu, ou Aikijitsu Daito Ryu.
O segundo filho de Yoshimitsu vivia em Takeda e, tendo adotado o nome da cidade, passou a chamar-se Yoshikyo Takeda.
O REGIME FEUDAL (Xogunato) NA IDADE MÉDIA JAPONESA
Em 1186, iniciou-se a Idade Média do Japão, com o Xogunato.
O Xogunato era um sistema político, com estrutura feudal, que desenvolveu uma aristocracia rural, na qual os senhores das terras (Daymio) detinham força militar, através de guerreiros (Bushi) organizados em duas castas: os que andavam a pé (Kachi), e os que compunham a cavalaria (Samurai).
Esses guerreiros abandonaram aos poucos o Budismo Mahaiana, e desenvolveram a seita budista Zen, que os libertava do medo da morte.
Não havia passado, nem futuro: somente o presente importava (Tada Ima, “Somente agora”).
Treinavam o corpo até a exaustão, fazendo-o um obediente instrumento da vontade do espírito, que era fortalecido através da postura zazen (uma posição em que o Samurai ficava sentado, com as pernas flexionadas e cruzadas), segundo uma lógica singular: uma vez executado todo treinamento possível pelo corpo, uma técnica somente poderia ser aprimorada através do aperfeiçoamento do espírito!
Mas, os feudos iam se tornando autônomos, na medida em que declinava a autoridade real, passando o imperador a conceder o título de Xogun (Generalíssimo) ao mais poderoso dos Daymio, tendo como consequência o Xogunato vindo a tornar-se hereditário.
Cabia ao Xogun governar o Estado, enquanto ao imperador restava liderar espiritualmente a nação: a lógica da coerção impunha a prevalência do mais forte!
Era o Xogun todo poderoso: contava com milhares de Bushi, submetia a nobreza, e utilizava-se do regime feudal segundo sua vontade, inclusive controlando os atos e as despesas do imperador.
Durante o Xogunato Kamamura (até 1332) foi instituído o Bushido (“o caminho do guerreiro“), um código _ não necessariamente escrito _ de ética dos Samurai: em caso de falha no cumprimento do dever, um desvio do caminho, o Samurai deveria expiá-la através do Sepuku (suicídio), levado a efeito através do Hara Kiri (corte da barriga com a própria espada, para libertar o espírito), procedimento esse que foi mantido até 1868.
“O Bushido consiste em dominar a virtude das armas, e aceitar resolutamente a morte” (Miyamoto Musashi- Samurai)
O Bushido impunha quatro juramentos, a saber:“
- Nunca faltarei ao respeito com o Bushido;
- Serei útil ao meu senhor;
- Respeitarei meus pais;
- Irei além da alegria e da tristeza: existirei pelo bem da humanidade.
De 1332 a 1392 (Xogunato Nambokucho) não ocorreram alterações significativas, com relação às artes marciais, e o espírito daqueles guerreiros, que se exercitavam no Ken Jitsu (arte da espada), no So Jitsu (arte da lança), e no Kiyu Jitsu (arte do arco).
No Xogunato Muromachi (1392 a 1603) porém, entre os Kachi nasceram várias formas de combates a mãos livres, e que passaram a ser chamadas de Jiu Jitsu (arte da ligeireza, ou arte da suavidade), as quais eram, no entanto, desprezadas pelos Samurai, que as consideravam indignas de sua casta.
Em 1603, o poder caiu nas mãos da família Tokugawa, iniciando-se o Xogunato Tokugawa (que foi o último Xogunato do Japão). O Japão fechou-se para o resto do mundo. A capital passou a ser Edo (atual Tóquio) onde residia o Xogun, enquanto o imperador permanecia em Quioto.
Nesse período, os Samurai passaram também a adestrar-se nas diversas formas de combates a mãos livres, e o termo Samurai teria se estendido a todos os Bushi.
Aquelas formas de lutas, porém, constituíam segredos das famílias dos Samurai, e naqueles tempos difíceis e incertos não fazia sentido ensiná-las a terceiros, potenciais inimigos do dia seguinte.
Destarte, também o Daito Aikijitsu continuou sendo mantido como segredo da família Takeda, e do clã Aizu.
A RESTAURAÇÃO Meiji, NA MODERNIDADE JAPONESA
Em 1868, os portos nipônicos foram forçados pela marinha ocidental, que impôs um tratado comercial ao Japão, e criou um ambiente favorável a uma revolução, com uso de armas de fogo, a qual extinguiu o Xogunato, e restituiu o poder ao Imperador, período esse denominado Restauração Meiji.
O Imperador Mutsu Hito, que governou até 1912, liderou a introdução da cultura e de costumes ocidentais no Japão.
Desse modo, deixaram de existir os senhores feudais (Xogun e Daymio) a serem servidos. Os Samurai perderam a razão de ser. Muitos assumiram cargos no novo governo; mas, outros tornaram-se mestres em escolas, clubes, e academias, levando ao povo os antigos segredos das artes guerreiras, as quais eram genericamente denominadas Jitsu ( Jiu Jitsu, So Jitsu, Ken Jitsu, Kyu Jitsu,etc).
Foi assim que o jovem Jigoro Kano (1863/1938) pôde ter acesso a dois estilos de Ju Jitsu (Tenshinyo Ryu, e Kito Ryu) e fundar, em 1882, na escola que chamou de Kodokan, o Judo.
Outro jovem, Morihei Ueshiba (1883/1969) pôde estudar e receber o certificado de mestre, entre 1901 e 1908, dos estilos: Tenshinyo Ryu, Kito Ryu, e Aioi Ryu de Ju Jitsu (luta a mãos livres); Yagyu Ryu , e Shinkage Ryu de Ken Jitsu (espada), Musso Ryu Jo Jitsu (Bastão), além de Hozoin Ryu So Jitsu (lança), Kendo (esgrima com espada de Bambu), e até mesmo o então recem fundado Judo (com o professor Kiyoichi Takaji), com os quais, porém, não se sentia realizado.
A IDADE CONTEMPORÂNEA JAPONESA
O descendente do clã Aizu, Sokaku Takeda, mudara-se para Hokkaido, onde passara a ensinar o Daito Aikijitsu (nesse tempo também já conhecido como Jujutsu Daito Ryu).
Em 1915, Ueshiba conheceu Takeda, e iniciou com ele o treinamento.
Durante o ano de 1916, Ueshiba manteve o mestre Takeda em sua residência, construiu para ele uma casa, e pagou-lhe de 300 a 500 Yen (150 a 250 US$) para cada nova técnica que aprendia.
Em 1916, recebeu o certificado de mestre de Aikijitsu (ocasião em que Takeda ter-lhe-ía devolvido todo o dinheiro que pagara)!
Em 1920, passou a ministrar, em Ayabe, seus conhecimentos em Dojo próprio, com apenas 18 tatami, sob o nome Ueshiba Juku e, em 1922, sob a denominação de Aikibujitsu (mas, as pessoas referiam-se a esse budo como Ueshiba Ryu Aikibujitsu).
Em 1924, ao retornar de uma expedição na Mongólia, foi desafiado por um oficial da Marinha, para um combate, estando este armado de espada. A mãos livres, Ueshiba enfrentou aquele espadachim, evitando, com movimentos circulares, todos os seus ataques, até que o agressor se rendeu exausto.
Ueshiba conheceu, naquela oportunidade, o sumi kiri (a iluminação da mente e do corpo, pela unificação do ki individual e o ki universal): ao sair do Dojo, sentiu-se envolvido por uma imensa luz dourada e parte da própria natureza, compreendendo-a, portanto, a partir de uma visão de seu interior, logo devendo dedicar-se à sua proteção como um todo, e dos seres humanos especialmente.
Foi este o marco do desenvolvimento espiritual de seu budo, que o levou à seguinte reflexão:
“O verdadeiro budo é o caminho da grande harmonia e do grande amor por todos os seres. ”
Em 1930, Ueshiba recebeu a ilustre e honrosa visita de Jigoro Kano (fundador do Judo), que, após assistir a uma demonstração, declarou ser aquele o budo ideal.
Em 1936, o fundador concluiu ser necessário mudar a denominação de sua arte, visando acentuar a clara diferença entre ela e as antigas artes marciais, considerando a essência filosófica daquela. Suprimiu, então, o termo bujitsu, e deu-lhe o nome Kobukan Aiki Budo.
Finalmente, em fevereiro de 1942, denominou a arte que fundara, em caráter definitivo, como forma original e distinta de budo, como Aikido.
Assim definiu Ueshiba o Aikido:
“O Aikido não é uma técnica para lutar contra um inimigo ou derrotá-lo. É uma maneira de conciliar as diferenças que existem no mundo e fazer dos seres humanos uma família. Isto quer dizer que o segredo do Aikido é a busca da harmonia com o universo, é tornar-nos unos com o universo. Seus praticantes devem buscar esse entendimento por meio do treinamento diário. “
Objetivos do treinamento
O Aikido deve proporcionar aos alunos mudanças: mudanças de atitudes nos modos de pensar, sentir e agir.
Tais mudanças devem ser obtidas através da colocação à disposição dos alunos de três elementos:
- Cognitivos (possibilitando-lhes a aquisição de conhecimentos teóricos e práticos das técnicas e da filosofia);
- Automativos (que lhes permitam a correta repetição dos gestos, das posturas, e da movimentação própria da arte defensiva);
- Emotivos (criando-lhes a oportunidade de identificação individual com os propósitos da arte marcial de proteção do indivíduo, e a superação do medo).
Tais mudanças implicam em adequado treinamento de técnicas, estruturadas de modo progressivo, em oportunidade para reflexão de natureza ética, a respeito daquelas que devam ser empregadas em situações concretas, e em procedimentos dinâmicos repetitivos, que possibilitem a geração de automatismos e de superação do medo.
Num período inicial, deve ser exigida dos alunos apenas a correção na execução das técnicas; nos períodos posteriores, além dessa, deverão apresentar também desenvoltura na execução dos movimentos básicos, precisão e automatismo.
Os treinamentos deverão possibilitar-lhes a autodefesa contra agressores, sua imobilização e condução, e também que aqueles que se preparam para ser instrutores, conheçam a Metodologia de Ensino de Aikido.
Sob tal enfoque, as abordagens devem ser, a um só tempo, físico-técnicas e filosóficas.
Além da grande eficiência de suas técnicas, é principalmente com lastro nas razões filosóficas que se indicam as técnicas de Aikido como a base de um treinamento de Defesa Pessoal, uma vez que, a partir do princípio de não-agressão, que dá suporte a esta Arte Marcial, todas as suas técnicas iniciam-se a partir de um movimento agressivo de outrem.
Por conseguinte, ao cumprir o seu programa de treinamento, o aluno deverá ser capaz de:
- Evitar lesões, ao sofrer quedas, quer por acidentes, quer por ações de eventuais agressores;
- Executar técnicas de projeções e de controle, iniciadas a partir de movimentos agressivos de outrem;
- Defender-se de agressões, sem uso de armas, estando o oponente desarmado, ou portando bastão, arma branca, ou arma de fogo;
- Imobilizar em decúbito ventral pessoas agressivas, e/ou conduzi-las por curtas distâncias, com um mínimo de risco e de emprego de energia, e o máximo de eficiência;
- Assegurar a integridade física do oponente;
- Superar o medo, ante gestos agressivos humanos;
- Retransmitir as habilidades e os conhecimentos adquiridos.
Recomendação de leitura:
A SUPERAÇÃO DO MEDO NO SER HUMANO (PSICOLOGIA FISIOLÓGICA)
Segurança dos praticantes
O Aikido é a arte marcial que melhor possibilita os treinamentos em segurança, uma vez que não inclui competições (sempre, um dos praticantes será o Tori, ou Shite, aquele que se defende, e o outro será o Uke, aquele que criará as oportunidades para tais defesas).
Mesmo assim, diversos cuidados devem ser observados, para que sejam afastados outros riscos de acidentes:
- Sessão preparatória (aquecimento muscular, estímulo orgânico, alongamentos, e preparação da mobilidade das articulações).
- Qualquer instrumento imprevisto é proibido na área de treinamento, inclusive brincos, anéis, relógios, braceletes, grampos de cabelos, cordões, colares, etc.
- O ambiente de treinamento deve ser um local de respeito, verdadeiro templo de ascese espiritual, e de desenvolvimento integral.
- Esse respeito deve ser estendido ao Sensei (do qual os praticantes recebem as orientações que poderão, um dia, quem sabe, salvar-lhes a vida), e aos parceiros (que emprestam seus corpos para o treinamento do tori, e sem os quais qualquer desenvolvimento seria impossível).
- Os treinamentos devem ser realizados com alegria, mas jamais com brincadeiras, ou com descaso pelas normas de segurança.
- Aquele que executa uma projeção é o único responsável pela escolha do local onde fará cair o Uke. Cabe-lhe, portanto, evitar choques acidentais deste contra paredes, ou contra outros praticantes.
- O treinamento com armas merece, ainda, outros cuidados: usam-se os acessórios (faca, Tanto, espada, Ken, ou revólver, Pistoru ) com as mesmas medidas das armas autênticas, porém tratando-se de réplicas confeccionadas em madeira.
- Os praticantes deverão sempre manter-se alertas, conscientes de que, mesmo sendo de madeira, esses instrumentos podem lesionar gravemente o parceiro, ou mesmo um outro praticante que esteja próximo.
- Por conseguinte, essas armas nunca serão jogadas, ou largadas de qualquer maneira, durante as ações do Tori. O Uke esforçar-se-á para manter sua arma na mão, até que o Tori o imobilize, e a retire.
Nos tempos atuais, são exigíveis, ainda, cuidados para que não ocorram riscos de transmissão de doenças: na hipótese de que algum dos praticantes se apresente com sangramento (ou se vier a ferir-se durante o treinamento), esse somente poderá participar dos exercícios após cobrir completamente o ferimento. Seu traje não poderá apresentar qualquer vestígio de sangue.
Habilitação profissional
É necessário que o professor de Aikido esteja devidamente registrado numa organização que reúne os mestres da arte marcial.
Existem várias entidades nos estados que congregam academias e clubes, e outorgam os graus dos respectivos filiados.
O Aikido é uma arte marcial que foi fundada na primeira metade do século passado, no japão, pelo grão-mestre Morihei Ueshiba (conforme se viu nos dados históricos precedentes).
Presentemente, o herdeiro da tradição (Doshu) _ Moriteru Ueshiba _ mantém uma bem organizada estrutura, a partir da respectiva sede (A Fundação Aikikai), à qual fica vinculada a Federação Internacional de Aikido (esta criada em 1975).
No Estado de Minas Gerais, a Federação Mineira de Aikido congrega várias academias, cada uma dessas dirigida por um professor qualificado (Sensei).
É necessário que os instrutores reúnam, além da experiência técnica, os seguintes atributos:
- Fundamentação pedagógica (noções de Psicologia Aplicada, e de Didática);
- Noções de assuntos biomédicos (Anatomia, Fisiologia, Cinesiologia, Fisioterapia, e Socorros de urgência);
- Habilitação técnica (Conhecimento e capacidade de execução regular das técnicas de Aikido a serem ministradas).
Tem havido um esforço nas Universidades para que somente possam responsabilizar-se por academias (inclusive de artes marciais) professores formados em Educação Física.
Com o devido respeito, somos de opinião contrária, porquanto os Professores de Educação Física nada sabem sobre artes marciais (Uma vez que estas não são incluídas nos currículos dos cursos. Quando muito, existem algumas poucas aulas a respeito de algumas modalidades de esportes de combate, que não podem ser confundidos com artes marciais, não sendo, consequentemente, habilitados para tais misteres.
A esse propósito, transcrevemos aqui a Recomendação número 5, de 2 de Outubro de 2001, da Procuradoria Distrital dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios, que reforça esse ponto de vista.
Em Belo Horizonte, MG, a Lei Municipal impõe, para concessão do Alvará de localização de uma Academia de Arte Marcial, que o instrutor da modalidade esteja credenciado pela respectiva Federação.
RECOMENDAÇÃO N.º 5 DE 2 DE OUTUBRO DE 2001
CONSIDERANDO que entre os direitos e garantias fundamentais constitucionais encontra-se o de livre exercício de qualquer trabalho ofício ou profissão (artigo 5.º, XIII, da Constituição Federal);
CONSIDERANDO que é dever do Estado garantir a todos o pleno exercício dos direitos culturais, devendo apoiar e incentivar a difusão das manifestações culturais (artigo 215, da Constituição Federal);
CONSIDERANDO que a Lei 9.696/98, disciplinadora do exercício da profissão de Educação Física, não abrange, até porque incorreria em vício de inconstitucionalidade, os professores de artes marciais e de dança;
CONSIDERANDO que chegou ao conhecimento desta Procuradoria Distrital dos Direitos dos Cidadãos que o Conselho Regional de Educação Física da 7.ª Região (Distrito Federal) tem exercido pressão ilegítima, consubstanciada em realização de “auto de orientação e fiscalização”, perante diversas academias do Distrito Federal (e de outros Estados), para que estas exijam o registro profissional dos respectivos professores de artes marciais e de dança perante a entidade (Procedimento de Investigação Preliminar n.º 08190.017324/01-17);
CONSIDERANDO que a Lei 9.696/98 não conferiu aos Conselhos Regionais de Educação Física qualquer atribuição no sentido de orientar, fiscalizar ou multar academias e/ou professores de artes marciais e de dança;
CONSIDERANDO que a atuação irregular do Conselho de Educação Física da 7.ª Região tem ofendido, indiretamente, interesses coletivos dos consumidores regularmente matriculados em inúmeras academias do Distrito Federal;
CONSIDERANDO que a postura do Conselho de Educação Física da 7.ª Região macula a liberdade profissional, garantida constitucionalmente, dos professores de artes marciais e de dança;
CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público a defesa dos interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos dos consumidores (art. 129, III, da Constituição Federal e artigos 81 e 82 da Lei n.º 8.078/90);
CONSIDERANDO que incumbe à Procuradoria Distrital dos Direitos do Cidadão a tutela irrestrita da defesa dos direitos do cidadão;
RESOLVE:
A Procuradoria Distrital dos Direitos do Cidadão do Ministério Público do Distrito Federal, com fundamento no artigo 129, III, da Constituição Federal e artigo 6.º, XX, da Lei Complementar Federal n. º 75/93,
RECOMENDAR ao Conselho Regional de Educação Física da 7.ª Região que se abstenha, imediatamente, de realizar os atos acima indicados ou quaisquer outros que objetivem, direta ou indiretamente, exercer persuasão ilegítima sobre as academias e professores de artes marciais e de dança, para que estes se inscrevam perante a entidade, sob pena de responsabilidade civil e penal, na forma da lei.
Oficie-se a todas as academias estabelecidas no Distrito Federal para que tenham ciência da presente recomendação, bem como para que informem, pessoalmente ou por escrito, eventual descumprimento do seu teor pelo Conselho Regional de Educação Física da 7.ª Região. ”
O Significado de Vitória
No Aikido, a vitória verdadeira é a vitória sobre si próprio, a vitória imediata e definitiva, como a luz do sol ao raiar de um novo dia.
A vitória imediata, absoluta e permanente: fazer prevalecer o bem sobre o mal.
O QUÊ É “KI”?
Existem algumas perguntas que sempre habitaram os pensamentos de cada um dos seres humanos, quais sejam: De onde venho? O que sou? Para onde vou?
Independentemente de qualquer abordagem de ordem religiosa, parece merecerem aceitação os seguintes fundamentos racionais: Se sou um efeito vivo, a minha existência material decorre de uma causa viva; se sou um efeito inteligente, a minha existência espiritual decorre de uma causa inteligente. Ora, o mesmo raciocínio é válido para meus pais, avós…, etc., uma vez que, desde o início dos tempos, todos os seres decorreram da causa primeira.
Existe consequentemente no universo um princípio (o ki universal), e em cada um de nós uma força do espírito que unifica a mente e o corpo (o ki individual), e este é uma parte do Ki universal. O Aikido visa também desenvolver essa força integradora nos praticantes.
Por outro lado, o ki de cada um de nós encontra-se numa caminhada de retorno ao ki universal, e nada pode impedir essa caminhada. Nada há, consequentemente, a temer nesta vida, por ser um só o destino final.
O Kaiso experienciou muito dessa energia, e legou-nos várias atividades para o seu desenvolvimento, implicando em exercícios respiratórios, certos movimentos corporais, e deslocamento do próprio peso para baixo, além da correspondente atitude mental.
Tai Jutsu, Ken Jutsu e Jo Jutsu
Tai Jutsu
(A arte de combate a mãos livres)
Definição
São técnicas de combate sem uso de armas pelo Tori (praticante que está se defendendo). Consiste em movimentos a mãos livres, para enfrentar ataques desferidos por um Uke (praticante que cria oportunidades para defesa) armado de bastão (Jo), espada de madeira (Bokken), ou igualmente desarmado.
O Aikidoka treina também, a mãos livres, para defender-se de ataques desferidos com “Tanto” (uma réplica de faca, feita de madeira), ou de ameaças com “Pistoru” (réplica de arma de fogo).
Como trabalhamos as técnicas do Tai Jutsu
No Dojo BuTokuDen, há um sistema progressivo de “Kamae” (posturas), de técnicas de “Tai Sabaki” (giros do corpo), “Ukemi” (amortecimento de quedas, e rolamentos), “Nague Waza” (projeções), “Ossae Waza” (Imobilizações), e “Kansetsu Waza” (forçamento de articulações), treinadas de modo a possibilitar que o praticante se desenvolva através de um método muito agradável, aliado à ascese espiritual, e ao aprimoramento da energia Ki (a força do espírito que unifica a mente e o corpo).
Ken Jutsu
(A arte da espada)
Um pouco de história
É importante destacar-se o fato de que, praticamente todos os povos do mundo usaram algum tipo de espada para combater inimigos, e desde a antiguidade japonesa (um tempo de origens imemoriais, e que se estendeu até o ano 1186 de nossa era), até o término do período feudal daquele povo, com a Restauração Meiji (1868), usavam-se espadas no Japão.
Mas, somente o Samurai (“aquele que serve”, uma casta de militares a serviço dos senhores feudais no Japão medieval) criou toda uma ritualística para desembainhar rapidamente uma espada, cortar, e reembainhá-la (Iai Jutsu); estabeleceu diferentes sistemas formais para se treinarem os golpes (Suburi), bem como os treinamentos formais com parceiros igualmente armados, cruzando-se as armas (Kumi Tachi), e ainda as formas para retirar, mesmo desarmado, uma espada das mãos de um inimigo e não permitir que este retirasse a sua (Tachi Dori).
A essa arte que implicava em treinamentos da mente, das posturas corporais, e de movimentos envolvendo a Ken, ou Katana (espada), denominou-se Kenjutsu (a arte da espada). Havia, porém, inúmeros estilos de Kenjutsu, cada um deles consistindo em técnica secretas de certos feudos, de clãs, e até mesmo de certas famílias, uma vez que não seria razoável divulgá-las, posto que poderiam ser aprendidas e posteriormente usadas pelos potenciais inimigos.
Com o advento da Restauração Meiji e a conseqüente extinção do Xogunato, deixaram de existir os senhores feudais (Xogun e Daymio) a serem servidos. Os Samurai perderam a razão de ser. Muitos assumiram cargos no novo governo; mas, outros tornaram-se mestres em escolas, clubes, e academias, levando ao povo os antigos segredos das artes guerreiras, dentre as quais o Ken Jutsu.
Esse movimento social, possibilitou que o grande mestre Morihei Ueshiba aprendesse vária artes marciais, e vários estilos de Kenjutsu.
O Kaisso (fundador) desenvolveu um estilo próprio denominado Aikiken (a espada Aiki) ao formalizar a arte marcial que fundara, o Aikido.
O Aikiken é um estilo extremamente leve, circular, e ao mesmo tempo eficiente de técnicas de combate com a espada.
Como trabalhamos as técnicas do Ken Jutsu
No Dojo BuTokuDen as turmas de Aikido recebem, desde o início dos treinamentos de Faixas Brancas, algumas noções sobre o Aikiken (para compreensão das posturas, e de origem das técnicas a mãos livres), as quais são levadas a treinamentos mais intensos, dinâmicos, e específicos, na medida em que os Aikidoka atingem a Faixa Preta.
São possíveis, também, as matrículas específicas de Kenjitsu, no Dojo BuTokuDen mesmo para não praticantes de Aikido. Nessas turmas, treinam-se técnicas de Aikiken e Iaijutsu.
Anualmente, realizam-se seminários de Kenjutsu no Dojo BuTokuDen, com a presença de mestres de outros estilos, os quais são abertos a todos os interessados na arte da espada.
Saiba mais sobre os nossos seminários
Jo Jutsu
(A arte do Bastão)
Um pouco de história
Certa vez, Miyamoto Musashi, vencedor de inúmeros combates, deparou-se com Gonnosuke Musso, um homem que também jamais havia sido derrotado, e era extremamente hábil no manejo do “Bo” (um bastão de quase 3 metros de comprimento).
Porém, com seu Bokken (réplica em madeira da espada “Katana” do Samurai, utilizada em treinamentos, mas com a qual aquele Samurai matara e aleijara vários adversários), Musashi não teve dificuldade para derrotar também esse oponente. Contentou-se Musashi em desarmar Gonnosuke, decidindo poupar-lhe a vida, por se tratar de uma pessoa que o enfrentara sem uma espada.
Gonnosuke retirou-se de sua cidade para uma região montanhosa, inconformado com a humilhação a que fora submetido. Sua mente fervilhava; qual teria sido seu erro, frente àquele fenomenal espadachim? Eis que, em sonho, apareceu-lhe alguém e lhe deu as seguintes orientações: primeiramente, deveria reduzir aquele bastão tão longo a apenas 1,28m de comprimento por 2,8 cm de diâmetro, o “Jo”; em seguida, ensinou-lhe vários golpes e movimentos corporais.
Gonnosuke despertou, maravilhado com a solução para o problema que tanto perturbara sua mente: não havia cometido nenhum erro, afinal! A arma usada é que era inadequada, por ser muito longa, de difícil manobra, útil para manter e ferir um inimigo à distância, mas impraticável se este conseguisse se aproximar. Passou, então, a treinar os movimentos que aprendera em sonho, até a exaustão. Enfim, preparado para um novo e decisivo combate, partiu ao encontro de Musashi.
Dessa feita, Musashi sofreu sua primeira e única derrota, sendo desarmado por Gonnosuke, que lhe devolveu a gentileza de poupar-lhe a vida e tornaram-se amigos.
Essas técnicas, deram origem ao Jojitsu Musso Ryu (a tradição Musso da arte do bastão), da qual Morihei Ueshiba veio a tornar-se mestre.
Morihei Ueshiba adaptou os movimentos do “Jojutsu” à arte marcial que fundara, tornando-os circulares e naturais, e denominando-os “Aikijo” (o bastão Aiki).
Como trabalhamos as técnicas de Jo Jutsu
No Dojo BuTokuDen, as técnicas de combates com o bastão começam a ser treinadas pelos iniciantes a partir da Faixa Branca, de acordo com o programa de faixas da Federação Mineira de Aikido, com a mesma intensidade com que se treinam as técnicas a mãos livres (Taijutsu).